Em breve, vou fazer uma collab com uma amiga escritora, a autora da newsletter Andrea Me Conta, que eu sigo há muito tempo. Nessa collab, ela me convidou para escrever um post para a newsletter dela, e eu a convidei para fazer um episódio do meu Podcast, o TRECHINHOS para reflexão em que ela vai falar sobre um tema super interessante de um livro que ela está lendo.
Mas quis compartilhar isso hoje porque ela me convenceu a criar uma conta aqui na plataforma, e foi aí que me dei conta de como escrever me faz bem. Engraçado que sempre gostei de escrever, mas, ultimamente, não tenho escrito tanto nem da maneira que gosto. Já falei no podcast sobre as Páginas Matinais, que escrevo todas as manhãs, então sim, escrevo todos os dias, mas é uma escrita diferente, algo que não precisa necessariamente fazer sentido. E confesso que, na maioria das vezes, minhas páginas têm umas chatices que nem minha terapeuta conseguiria entender.
Agora que decidi mergulhar nas newsletters, li um texto da Fabiane Guimarães da sua newsletter Tristezas de Estimação, que achei muito interessante.
No texto, Fabiane fala essencialmente sobre como ela concilia sua vida como escritora e mãe, desmistificando a ideia de que ter filhos impede a continuidade das paixões e do trabalho criativo. Ela reflete sobre a importância de encontrar uma "coisinha", uma atividade que traga sentido à vida, e como a escrita e a literatura são essa âncora para ela. Nas palavras dela:
“Desde que tomei consciência da vida, entendi que as pessoas fazem o que podem para se distrair da morte. Na ausência de sentido, inventa-se um. Aquilo que alguns chamam de hobby, outros de interesse pessoal, eu prefiro chamar de coisinha. Todo mundo tem a sua coisinha, uma fatia do mundo para arrancar e apreciar enquanto o coração bate.”
Me identifiquei profundamente, porque, na época em que meus filhos eram bebês, era quando eu mais escrevia! De forma assídua! E eu nunca fui aquela mãe que achava fácil ter um recém-nascido. Meus filhos não dormiam a noite toda (o mais novo, então, nem dormia, rs), e eu beirava a loucura com a privação de sono. Mas, como eu arrumava tempo para escrever? Como? Que tempo era aquele que parecia não existir, mas que eu conseguia criar?
No meio da pandemia, com meu mais novo sem dormir, cuidando da minha empresa e criando ainda uma outra empresa, escrevi um livro infantil (sim, tenho um livro infantil que nunca divulguei nem publiquei, mas que está lá, prontinho). Mas isso me fez pensar…. que horas eu escrevia? Que brecha mágica era aquela que aparecia do nada?
E a resposta veio…Era minha saída de emergência. Escrever era a minha pequena dose de sobrevivência. No caos do puerpério, na insanidade de uma pandemia, meu corpo achava aquele tempo.
Muitas vezes, essa "coisinha" é subestimada, como se não tivesse valor, mas é exatamente ela que nos mantém ancorados e nos dá energia para lidar com as demandas e desafios diários, especialmente para quem tem múltiplas responsabilidades, como ser mãe, trabalhar e manter projetos criativos.
Acredito que a reflexão da Fabiane e a minha própria experiência mostram que criar tempo para algo que nos apaixona é uma forma de autocuidado e de resistência ao caos do dia a dia. Talvez o mais importante seja acolher essa "coisinha" como parte vital de nós mesmos, sem culpa ou cobrança, mas como uma forma de se reconectar com o que nos faz sentir inteiros.
Isso me fez refletir sobre como é importante encontrarmos nossa "coisinha", como ela diz. Aquela coisinha que é nossa saída de emergência, que drena nossa ansiedade, que faz o coração se pulsar e que traz aquele quentinho da respiração profunda. É aquele momento em que a gente encontra uma maneira de pausar o mundo e deixar nosso corpo viver.
Você tem uma coisinha que te move? Eu espero que você encontre sua brecha mágica no caos da vida.
Clique aqui pra acessar o texto completo da Fabiana Guimarães, do Tristezas de Estimação
A versão Podcast
Se preferir ouvir em formato de Podcast ou quiser compartilhar o tema com alguém que não é fã de leitura, basta clicar aqui no podcast TRECHINHOS para Reflexão e escutar o episódio sobre o assunto.
Verdade, a minha saída de emergência talvez seja escrever também. Mas, por ora, gostei de ler seu texto. Obrigado!
Gabi, li esse texto da Fabiane também e concordo tanto com esse negócio de encontrar a nossa coisinha. A minha é escrever. Sempre foi. Eu nunca publicava. A newsletter foi um divisor de águas. Fico feliz que você tenha embarcado nesse mundo também e espero que goste tanto quanto eu. A troca aqui é sempre muito rica. Um beijo!