Como o networking tem influenciado meu caminho criativo
sobre a diferença entre ser interessado e ser interesseiro
Eu sei, essa palavra networking costuma causar desconforto porque lembra trocas injustas, gente que só pensa no próprio interesse e pouca conexão verdadeira. Eu entendo bem.
É aquela sensação de oferecer, se doar, e não receber nada de volta. De perceber que foi usada e que ficou no papel de quem não percebeu o jogo.
Networking vem do inglês e significa, basicamente, criar e cultivar uma rede de contatos. “Net” é rede, “work” é trabalho — então, literalmente, é “trabalhar a rede”. Surgiu nos Estados Unidos lá pelo começo do século 20, inicialmente no contexto de negócios e tecnologia, mas com o tempo passou a ser usada para descrever qualquer esforço de ampliar e manter conexões profissionais.
O problema é que, com os anos, a palavra foi ganhando aquele ar meio chato e artificial, como se fosse sempre sobre trocar cartões e fazer conversa fiada para conseguir algo em troca.
Eu tenho aversão a gente interesseira e nunca gostei da ideia de estar em um ambiente forçado, cheio de pessoas com quem não quero me conectar, mas para as quais preciso sorrir na esperança de tirar algum benefício profissional. Só de imaginar já me dava um certo incômodo.
Mas, eu percebi que amo conhecer gente nova. E que, apesar de todo o bode peso que a palavra networking carrega, na verdade eu sempre fiz networking.
Existe uma diferença enorme entre ser interesseiro e ser interessado.
Ser interessado é se aproximar de alguém com curiosidade genuína, porque você quer conhecer, ouvir, aprender e trocar. É quando o interesse está na pessoa, na história e na conexão. Já ser interesseiro é se aproximar pensando apenas no que pode tirar daquela relação, no que vai ganhar com ela. Uma atitude que transforma qualquer troca em transação.
E, para mim, o networking que vale é sempre o que nasce do interesse verdadeiro. Networking não é sobre colecionar contatos, mas sobre criar relações reais, que têm troca de verdade e interesse genuíno.
Eu amo pessoas e suas histórias. Gosto de ouvir, entender, aprender e me inspirar com o que elas viveram e é por isso que networking genuíno sempre foi, pra mim, prazeroso e natural.
Networking no Substack
Essa newsletter é enviada pela Substack, uma plataforma onde escritores e criadores publicam textos e os leitores recebem por e-mail. É como se fosse uma mistura de blog com newsletter, mas com uma comunidade muito ativa. Lá dentro, além das publicações, existe o Notes, que funciona parecido com o Twitter, só que com um clima bem mais saudável. Como a maioria por lá é de escritores e leitores de newsletters, os papos costumam ser mais profundos e interessantes. Nem sempre, claro, mas na média é muito melhor do que o que a gente vê nas outras redes.
E é justamente ali que tenho feito muitas conexões (sim, networking!) bacanas ultimamente. Alimentando esse espaço, conheci mulheres que passei a admirar, com quem troco ideias e com quem já marquei conversas fora das redes.
Fiquei pensando em como essas conexões se formaram para escrever esta edição e, olhando para trás, percebi que, quando se trata de conversas e encontros fora da rede, todos aconteceram porque a outra pessoa me procurou — e não o contrário. Mas, antes disso, fui eu quem começou a interação, comentando ou puxando conversa.
Quando cuido das minhas relações com genuinidade e me conecto de forma verdadeira, seguindo essa busca interna pelo meu próprio caminho criativo, o universo acaba colocando diante de mim pessoas que vibram na mesma energia.
Colhendo frutos
O Coletivas News foi um jornal impresso, feito a 5 mãos, que distribuímos durante a FLIP e foi um dos presentes mais especiais que recebi por conta de networking recentemente.
Foi a
que me mandou mensagem no WhatsApp dizendo: “Vamos fazer um jornalzinho, eu e mais quatro escritoras, para divulgar nossas newsletters na FLIP, e queremos muito que você participe. Sentimos que você se conecta com a ideia do que vamos fazer e todas adoram a sua newsletter.”Foi um presente maravilhoso. Não só por ter meu texto publicado e divulgado para pessoas que eu nunca imaginei que poderiam ler minha newsletter — incluindo autores famosos que admiro muito —, mas, principalmente, por essas mulheres olharem para a minha escrita, se conectarem com ela e me chamarem para estar junto, mesmo sem me conhecerem pessoalmente.
Concluindo
Não tenham vergonha de puxar papo, comentar ou fazer perguntas. O mundo está cheio de gente bacana que pode se conectar com você por algum interesse em comum e ainda te dar um empurrãozinho na direção do que você quer. Olhando para a minha própria história, percebo que as relações sempre estiveram presentes e, muitas vezes, foram elas que abriram as portas mais importantes.
Grupo Online – Desbloqueio Criativo
Nos últimos anos, mergulhei no estudo da criatividade — e logo percebi que não dá pra falar dela sem falar de autoconhecimento. Um alimenta o outro. Criar de verdade exige coragem de olhar pra dentro, escutar o coração e dar espaço àquilo que nos pede passagem.
Nesse caminho, vivi na pele a transformação que a criação traz: me libertei, me expressei e descobri uma força que estava escondida em mim. Me formei como facilitadora com base na antroposofia, conduzi grupos de leitura de O Caminho do Artista e, nesses grupos, experimentei algo que só quem vive sabe: quando nos reunimos com intenção, a criatividade se multiplica. Existe uma energia poderosa em trocar experiências e se apoiar mutuamente.
Agora chegou a hora de reunir tudo isso em um projeto único: o Programa 5U’s, um laboratório de criatividade em grupo para quem quer descobrir o que veio criar, viver de acordo com sua verdade e finalmente se mostrar ao mundo.
👉 Um método claro e estruturado que integra autoconhecimento, espiritualidade e desbloqueio criativo. Não é só teoria, são práticas simples e transformadoras que vão te tirar do bloqueio e te levar até o seu Show Up — o momento de colocar no mundo algo que faça sentido para você.
👉 Em 8 semanas, você vai sair da estagnação, experimentar, errar sem medo e se divertir no processo, começando a manifestar uma vida que realmente faça sentido para você.
👉 Mesmo que hoje você não tenha ideia do que quer criar, o processo vai te ajudar a descobrir e se redescobrir. E, se você já tem um projeto engavetado, o programa vai ter dar ferramentas pra você vai encontrar a clareza e a coragem para colocá-lo de pé.
👉 Esse caminho se apoia em um estudo intenso sobre criatividade, na Teoria Integral de Ken Wilber, na antroposofia de Rudolf Steiner e em uma base sólida de autores que marcaram minha trajetória, como Julia Cameron, Brené Brown, Elizabeth Gilbert, Michael Singer e Viktor Frankl.
Se essa ideia mexeu com você, preencha o formulário abaixo. Assim que a primeira edição estiver pronta, você será a primeira a saber (spoiler: será um grupo pequeno!)





Olha, eu andava com preguiça da palavra e da ação que envolve o networking. Mas lendo seu texto, até achei um jeito de ressignificar o ranço.
Eu também sempre tive muito bode da palavra, mas quando comecei a ressignificar ela aqui dentro como “me conectar com pessoas interessantes” tudo mudou. Porque eu não fazia isso de um lugar de “quero me conectar para alcançar algo” e sim “quero me conectar pra aprender e trocar”. Tem sido uma jornada muito legal poder fazer isso, especialmente por aqui, com tanta gente incrível! 🥹